Reportagem Radio Moscow no Porto | 2019

Após uma passagem bem fresca na memória dos roqueiros da invicta, a Agosto de 2017, os americanos Radio Moscow instalaram-se precisamente na mesma Sala, a 2 do Hard Club, para mais uma passagem fulgurante polvilhada de suor.

Mas antes, uma nota para os Black Wizards. Esta banda fresca e relativamente nova no panorama do rock nacional tem trepado vários andares na sua rota pelo sucesso. Já com experiências no estrangeiro e com lugares de destaque como o encerramento do cartaz de Sonic Blast do ano transacto, nem as mudanças estruturais na sua formação impedem dos Black Wizards de já serem uma referência no género. Com uma abordagem psicadélica e com fortes influências dos universos progressivos que marcaram a década de 70, os Black Wizards serviram de um bom tónico de preparação para o som mais directo dos americanos que se seguiram.

Porém, todas as antenas procuravam outro sinal. E foi então que pelas 22h50 os Radio Moscow iniciaram a sua emissão especial, duma forma tão simples e despojada de artifícios que até parece fácil. Suportado pelo trabalho rítmico certinho do baixo de Anthony Meier e da bateria de Paul Marrone, Parker Griggs atirou-se aos temas com a mesma garra de sempre, apesar das condições técnicas no que toca à qualidade do som esteve um pouco longe do ideal, sendo extremamente difícil compreender o que Parker dizia ou cantava.

Apesar disso, o concerto desenrolou-se de forma irrepreensível, começando como muitos outros com “New Beginning”, o tema que dá o nome ao seu albúm de 2017. Durante cerca de cerca de 1h25 minutos de concerto, praticamente sem grandes paragens para grandes discursos (além de algumas sinceras pequenas declarações de apreço pelo público nortenho), a receita foi sempre um pouco a mesma, com o público a retribuir com muitos abanões de cabeça, sorrisos, palmas e outros barulhos corporais.

Com destaque para o som bluesy e viciante de “250 Miles” (possivelmente a música mais orelhuda do conjunto norte-americano) , “Speed Freak” a servir de pano de fundo de um belo solo de bateria de Marrone e o final apoteótico de “Pacing”, já a terminar o encore e, portanto, o concerto, o salto é pois claro positivo: os Radio Moscow nunca, nunca desiludem os fãs do rock. Ficaremos à espera de uma nova visita, que a considerar pelo histórico da banda, será num futuro bem próximo.